segunda-feira, 21 de novembro de 2011

UM CURSO QUE MERECE O MÁXIMO

João Brainer C. Andrade
Já se aproxima da primeira década o fruto da visão pioneira e ousada de mestres em nome da formação médica no Ceará: embrionado no seio de uma universidade de parcos anos, mas com o fôlego da juventude, eclode e ganha forma o curso médico da Universidade Estadual do Ceará (UECE), genuína, honrosa e orgulhosamente, “do Ceará”.
Os anos foram acidentados e exigiram freios: quando o acelerador mostrava o ímpeto pela velocidade, o itinerário pela realização do sonho era abafada pelos sinais vermelhos que foram postos no meio do caminho... A ânsia, aliada à necessidade de uma universidade que desejava consolidar-se como grande, não se acovardou: pisou no freio quando necessário, mas, sorrateira e habilidosamente, manteve o motor ligado, aquecendo-o, dando-lhe ainda mais força.
Surge o curso médico da UECE, em meio à desconfiança alheia e ao receio de co-irmãs. Temia-se a quebra do paradigma que creditou até então exclusividade na formação médica pública do Ceará. Assim, o plano ousado, precisava se reafirmar dia a dia, mês a mês, turma a turma... O empenho de mestres que, literalmente, ensinaram-nos a colocar a mão no paciente, examinando-o com técnica e carinho, certamente, contribuiu com o brilho hoje estampado nos olhos dos jovens asclepianos. Os alunos merecem grande crédito: respondendo à pergunta habitual “há Medicina na UECE?”, conseguiram da melhor forma: competência, dedicação e respeito, per si, respondiam à sabatina.
Com quatro turmas graduadas, presenteando a população cearense com quase 150 médicos de perfil ampliado e aptos ao trabalho transformador nas políticas públicas de saúde, a UECE vence os olhares de receio que nos foram postos desde o nascimento: na última avaliação do Exame Nacional de Desempenho do Ensino Superior (ENADE), pelo MEC, em nota definitiva, o curso médico da jovem UECE brilha com a nota 5, nota máxima, ingressando no rol dos melhores cursos de Medicina do país. Nota máxima aos colegas, aos professores, aos preceptores, aos locais de prática e, principalmente, à Universidade, que, com os cuidados de uma mãe, acolhe-nos em seu útero, dando-nos à luz para iluminar os caminhos do cuidado, da ciência e da dedicação...
Os desafios, no entanto, ainda são grandes. É preciso reconhecer a necessidade de investimentos em equipamentos e na contratação de mais membros ao time docente, ampliando ainda mais o lastro de vitórias sucessivas que não se resumem à nota máxima no ENADE. Merecemos investimentos amplos e atenção de nossos responsáveis... Aos gestores, de todos os âmbitos da administração, e à sociedade, nosso sincero pedido: o curso de Medicina da UECE merece o máximo!
João Brainer Clares de Andrade
Acadêmico de Medicina da Universidade Estadual do Ceará
Presidente do Conselho de Ligas Acadêmicas da UECE

* Publicado In: O Povo, de 20/11/11. Jornal do Leitor, p.3.

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