quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

OS ENGENHEIROS DA CONFUSÃO



O Governo segurou o preço da gasolina, para evitar inflação (é mais fácil segurar um preço-chave do que conter gastos públicos, cortar mordomias, buscar eficiência). O álcool entrou em crise: com o preço da gasolina artificialmente baixo, foi empurrado para fora do mercado. Resultado: como não é compensador produzi-lo, o investimento em álcool caiu (e o Brasil está importando álcool americano para misturar na gasolina). Como o consumo de gasolina subiu, o Brasil está importando gasolina. Como os preços estão contidos, falta dinheiro à Petrobras para concluir suas novas refinarias. E o Governo procura estimular a produção e venda de automóveis para lutar contra a recessão. Sem as novas refinarias, com os novos automóveis, torna-se preciso importar mais gasolina.
A Petrobras acaba de pedir ao Ministério de Minas e Energia que autorize a mistura de 25% de álcool na gasolina, em vez dos 20% atuais. Tecnicamente, não há problema: a frota brasileira funcionou muito tempo com os 25%. Ambientalmente, é bom: reduz um pouco a poluição dos automóveis. Só que, como não há álcool suficiente, o Brasil terá de importá-lo em maior quantidade. Reduz a importação de gasolina, mas tem de gastar com a importação de álcool.
Lembra do Aprendiz de Feiticeiro, episódio de Fantasia, de Walt Disney, com música de Paul Dukas e tendo Mickey como astro? Mickey achava que sabia ser feiticeiro, mas só provocou confusões com sua bruxaria mal-ajambrada.
Hoje Mickey não teria a menor chance. Há gente mais confusa do que ele.
Bons tempos
Fantasia, que nome ótimo! A gente lembra do presidente Lula com as mãos sujas de óleo, ao visitar um campo de testes do pré-sal; a gente lembra do presidente Lula anunciando a autossuficiência em petróleo. A gente lembra do presidente Lula comunicando que a matriz energética mundial iria mudar, com o combustível verde, renovável, de nossos canaviais. A gente lembra dos especialistas explicando que o álcool de milho americano era inviável pelo custo, incapaz de concorrer com nosso álcool de cana. E é dos EUA que importamos álcool.
Vejam só na foto a cara de deslumbradas da cumpanhêrada da Petrobraxx...

Fonte: Internet (circulando por e-mail). Atribuído ao jornalista Carlos Alberto Sardenberg.

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