domingo, 18 de agosto de 2013

ELZA GURGEL COELHO: na espiritualidade de vida cristã



Elza nasceu em Senador Pompeu, em 25/06/1929, onde permaneceu até os oito anos de idade, sob a custódia dos avós maternos, José (Tristão) Gurgel do Amaral e Maria Gurgel Valente, enquanto os seus pais se esforçavam para ter uma maior estabilidade, quando, então, conseguiu reunir toda a família em Fortaleza. Fez as suas primeiras letras e o primeiro ano do Primário com a Profa. Zenith, no sítio Catolé, em Senador Pompeu, local em que vivera durante boa parte de sua infância.
Em Fortaleza, ela continuou seus estudos, concluindo o Curso Primário no Grupo Escolar Presidente Roosevelt, uma escola pública. Ao término do Primário, seu pai, percebendo que o ensino, recebido pela filha, até então, estava aquém do desejável, para superar à barreira do Exame Admissional, matriculou-a no Instituto Padre Anchieta, para ter aulas de reforço, e, com isso, preparar-se para enfrentar o exame aludido, do qual se saiu plenamente vitoriosa. Ingressou no Ginásio Santa Isabel, estabelecimento de ensino mantido por freiras, e, mesmo tendo ganho uma bolsa de estudos, por interferência direta do Frei Teodoro, não chegou a completar o Ginásio, à conta de problemas de saúde, que a levaram a repetir o ano escolar, em duas oportunidades.
Como a família residia no bairro Otávio Bonfim, havia um intenso engajamento de todos nas atividades pastorais e sociais da Igreja Nossa Senhora das Dores. Desse modo, Elza começou na Cruzadinha, depois passou para o Apostolado, que cuidava das crianças menores, e, ao final da adolescência, tomou parte na Guarda de Honra feminina. Por possuir uma bela voz, foi membro do Coral Santa Cecília, que acompanhava os principais eventos litúrgicos e festivos dessa igreja. Quando o coral encerrou as suas atividades, Elza entrou para o Grupo de Evangelização Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, assumindo a função de catequista, por ela exercida durante muitos anos. Também foi ativa participante da Ordem Terceira franciscana, seguindo o exemplo dos seus pais.
Após o término do terceiro ano do Ginásio, manteve-se em casa, ajudando a mãe nos afazeres domésticos e na educação dos filhos menores. Com o casamento da Elma, a irmã caçula, em 1954, ela foi convidada a ocupar o posto de trabalho dessa irmã na Siqueira Gurgel, contratada como escriturária, função que exerceu, de modo operante, por quase 30 anos, sendo obrigada a largar o emprego devido ao quadro de artrite psoriática, que produziu uma invalidez progressiva, determinando a sua aposentadoria pela Previdência Social. Apesar de suas limitações físicas, ainda seguiu, durante vários anos, com o ofício voluntário da catequese, acolhendo, em sua moradia, crianças do bairro, para preparação à Primeira Eucaristia.
Tia Elza permaneceu inupta e reservou a sua afeição aos sobrinhos, aos quais regalava, em seus aniversários, com singelas lembranças, a despeito do pequeno salário que percebia na empresa em que trabalhava.
Viveu com a mãe, Dona Almerinda, até o falecimento desta, em 1994, aos 96 anos de idade. A partir daí, com o agravamento de sua deficiência física, levando a sucessivas intervenções cirúrgicas, ficou a morar apenas com uma cuidadora, recebendo, no entanto, assistência material e apoio humano de seus irmãos e de alguns dos sobrinhos.
Mesmo com tanta restrição física, conservou um espírito superior, demonstrando resignação diante do infortúnio, e um excepcional otimismo, em relação à vida, crente de que o avanço da enfermidade seria detido, e de que dias melhores ainda viriam para ela.
Faleceu aos 84 anos, em Fortaleza, em 17 de agosto de 2013, como conseqüência de complicações que se somaram ao seu estado de invalidez, fonte de intenso sofrimento que a afligiu por quase três décadas, demonstrando a conformação própria de quem cultivou a espiritualidade como prática de vida cristã.
Marcelo Gurgel Carlos da Silva
Sobrinho de Elza

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