quinta-feira, 5 de setembro de 2013

NEWTON GONÇALVES: um gentleman da Medicina cearense



Natural de Acaraú, Ceará, Newton Teófilo Gonçalves nasceu em 17/09/1917. Em 1939, formou-se em Medicina na Bahia, especializando-se em cirurgia. Trabalhou na Santa Casa de Misericórdia (SCM) de Fortaleza, além de exercer funções, como médico, na Marinha e Aeronáutica, e participar, ativamente, da Legião Brasileira de Assistência.
Foi um dos fundadores da Faculdade de Medicina do Ceará, em 1948, e nela foi professor titular da disciplina de Clínica Propedêutica Cirúrgica, contribuindo com desvelo para a estruturação da biblioteca da instituição.
Homem de poucas palavras, mas muito elegante e inteligente, Newton Gonçalves defendia o acesso igualitário à informação e à reciclagem profissional, como formas de valorização humana. A lhaneza de trato era um traço que o distinguia, o que realçava a sua beleza física.
Apaixonado pela área cirúrgica, Newton Gonçalves comprava livros do exterior que pudessem guiá-lo em seu aperfeiçoamento, além de intermediar a aquisição de obras para enriquecer o acervo da Faculdade de Medicina. Foi pioneiro da cirurgia cardíaca e da cirurgia pediátrica no Ceará. Os estudos tornaram-no, à época, um dos maiores especialistas em cirurgia torácica, pulmonar e de esôfago.
Esses conhecimentos, aliados ao seu interesse pelo câncer, foram fundamentais no seu trabalho no Instituto do Câncer do Ceará (ICC), do qual foi um dos fundadores em 1944, onde colaborava na realização das cirurgias, ao tempo em que a entidade assumia a enfermaria de oncologia na SCM, e também como membro da diretoria do ICC, por longos anos, sem qualquer percepção de vencimentos por suas funções.
Sua dedicação à UFC levou-o a ocupar posições de relevo na universidade, tendo sido alçado ao cargo de Vice-Reitor, após ter exercido as funções de Diretor da Faculdade de Medicina, Pró-Reitor de Extensão e Pró-Reitor de Assuntos Culturais.
A paixão pelos livros rendeu-lhe, ainda, outros frutos: é patrono da cadeira nº 48 da Academia Cearense de Medicina, da qual também foi acadêmico-fundador. Foi imortal da Academia Cearense de Letras.
Era poliglota, com exibível fluência em alemão, inglês, francês e espanhol, e detentor de uma vasta cultura universal. Aposentou-se aos 72 anos, restringindo suas atividades às de escritor. Faleceu em 1º de junho de 1994.
Marcelo Gurgel Carlos da Silva
Da Academia Cearense de Medicina – Cad. 18.
* Publicado In: Jornal do Médico em Revista, 9(51): 6-7, julho-agosto de 2013. (Revista Médica Independente do Ceará).

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