segunda-feira, 13 de outubro de 2014

NOVAMENTE


Antero Coelho Neto (*)
Estamos nas vésperas das eleições e, novamente, os mesmos problemas, cada vez mais graves. Até onde vamos suportar essa repetição de causas e efeitos dos problemas? A experiência dos países desenvolvidos e com melhores qualidades de vida mostra, desde há muitos anos, que as causas fundamentais do desenvolvimento nacional são: educação e saúde, com consequente diminuição da pobreza e maior satisfação de viver.
E que isso somente se obtém através de planejamento estratégico e prospectivo (manejando o passado, presente e futuros prováveis) e uma administração eficiente e adequada para os diferentes momentos. A violência, desemprego, fome, falta de moradias etc. se transformam em outros efeitos e assim, sucessivamente prejudicam a nossa qualidade de vida e satisfação de viver. E tudo isto deve ser bem planejado e administrado, para poder ser solucionado.
Por “coincidência”, durante toda minha vida, tenho tido a satisfação de trabalhar nessas duas áreas. Tive a felicidade de ser convidado por amigos brasileiros, para planejar e administrar várias organizações educacionais e de saúde no Brasil, Venezuela e Colômbia, quando lá trabalhava na OMS/OPS (Organização Mundial da Saúde). Assim, pude aprender mais e ser autor e co-autor de livros detalhando o que, o como, o quando, o que não fazer, e também mudando, quando necessário.
Quais são os planos de governo dos nossos candidatos? Apenas tentam responder, propondo diferentes soluções para os graves, menos graves e os existentes nas áreas ou locais visitados em campanha, na intenção de angariar votos. Mas, e o dinheiro para os planos de educação e de saúde? Ele deve estar assegurado no próprio orçamento anual do país, com a distribuição que deveria ser proporcional à importância das causas e de seus efeitos e não da maneira como tem sido até agora, pelos interesses dos dirigentes e, muitas vezes, sendo desviado ou roubado. Além disso, e isto é comum nos países desenvolvidos, uma melhor e mais adequada distribuição do imposto de renda. Em alguns países, os valores são tão elevados, na medida dos mais ricos, que muitos resolvem criar organizações não governamentais para o povo, com excelentes resultados.
Por coincidência, trabalhei na excepcional Fundação Kellogg’s, que também desenvolve excelentes programas em vários países e onde ouvi a frase: “O povo também é nosso”. Visitei alguns deles na América do Sul e depois, até para nós, em Fortaleza, tivemos a ajuda dessa Fundação para o Nami (Núcleo de Atenção Médica Integrada) da Unifor.
E, novamente, lembro aquele importante candidato, que convidou nossa equipe de planejamento para elaborar o seu plano de ação, em educação, sob uma condição: ”Esqueçam tudo o que já foi feito! Vamos começar tudo de novo!” E que ficou extremamente surpreso quando nós não aceitamos o seu importante (?) convite. Fantasias de um médico, professor velho e aposentado? Não! Mas, como sempre, aquela velha frase me vem à lembrança: “A esperança é a última que morre!”
(*) Médico, professor e ex-presidente da Academia Cearense de Medicina.
Fonte: O Povo, Opinião, de 24/9/2014. p.10.

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