terça-feira, 15 de setembro de 2015

ADMINISTRADORES


Por João Soares Neto (*)
Há 50 anos surgia a profissão de Administrador. O objetivo era suprir lacunas na gestão pública, formar quadros para a iniciativa privada e mudar a burocracia nacional, com toda a herança das ordenações portuguesas que permite o encastelamento de pessoas como detentoras de ricos feudos arquivadores do que deveria ser parte da administração pública, como em países civilizados.
O Brasil está loteado com milhares de cargos de confiança em todos os níveis. Nas mais de 5.500 prefeituras, nos 27 estados e no governo federal. Além disso, o fenômeno da terceirização é realidade cruel para os cofres públicos. Quem entra não quer sair. Quem está fora deseja participar.
E os Administradores? Apesar do esforço de profissionais de níveis ainda não se conseguiu o espaço que, por exemplo, têm na França. Lá, a “École Nationale d´Administration” é fornecedora de cérebros pensantes e atuantes em todas as esferas de governo.
Nesta semana em que se comemora os 50 anos da profissão de Administrador fica a questão: se os administradores públicos fossem profissionais de carreira, concursados, o Brasil ter-se-ia deixado engolfar nesta infindável senda de tantos despautérios?
Tenho dúvidas, mas há esperança de que os Administradores possam, por seus talentos e formações, ocupar cargos para os quais foram treinados e qualificados, nas empresas privadas e em órgãos públicos. As entidades de classe devem pugnar para que os governantes e as empresas, por concurso ou por mérito, absorvam milhares de administradores na procura de destino melhor para o Brasil. Agora, de grau rebaixado.
(*) João Soares Neto é escritor e membro da Academia Cearense de Letras.
Fonte: Publicado no jornal Diário do Nordeste, em 13/09/2015.

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