domingo, 20 de setembro de 2015

SETEMBRO, O MÊS DA BÍBLIA


Por Pe. Brendan Coleman Mc Donald
Desde 1971 a Igreja Católica dedica o mês de setembro à Bíblia. Setembro foi escolhido pelos Bispos do Brasil como o mês da Bíblia, em razão da festa de São Jerônimo, celebrada no dia 30. São Jerônimo, que viveu entre 340 e 420, foi o secretário do Papa Dâmaso e por ele encarregado de revisar a tradução latina da Sagrada Escritura. Essa versão latina feita por São Jerônimo recebeu o nome de Vulgata, que, em latim, significa popular e o seu trabalho é referência nas traduções da Bíblia até os nossos dias.
O tema proposto para o Mês da Bíblia de 2015 é “Discípulos missionários a partir do Evangelho de João”, sob a perspectiva do discipulado missionário, conforme o enfoque do Projeto de Evangelização: “O Brasil na missão continental”. O lema indicado pela Comissão Bíblico-Catequético da CNBB é “Permanecei no amor, para dar muitos frutos” (cf. Jo 15, 8-9). Em setembro, em quase todas as paróquias e comunidades eclesiais há cursos bíblicos. Incentiva-se a leitura e o estudo da Bíblia. Nas celebrações ela ocupa lugar de especial destaque e os grupos de reflexão trabalham no sentido de ligar mais os textos lidos com a vida. Quando ouvimos a palavra “bíblia”, logo pensamos na Palavra de Deus. Esta é a ideia mais difundida e popular da Bíblia. Ela é de fato a Palavra de Deus, a comunicação de sua vontade e da sua presença libertadora para todos aqueles que a procuram com sede e fome de vida mais plena. A Bíblia é o livro mais conhecido do mundo inteiro. Já foi traduzido para 1.785 línguas. Mesmo assim, continua sendo um livro desconhecido. Muita gente tem em casa, mas não a abre.
Na Bíblia se encontra a história do povo de Israel e sua lenta caminhada na descoberta de Deus que revela ao seu povo o que com ele deseja e faz uma aliança de amor. Os profetas surgem, chamados por Deus, para mostrar ao povo e às suas autoridades quando e como estão traindo esta aliança. Os Salmos, orações que brotam do chão da vida, alimentam o povo em sua caminhada para a realização do projeto de Deus.
Finalmente, “quando chegou a plenitude dos tempos, Deus enviou o seu próprio Filho”, a Palavra de Deus se fez carne e habita no meio de nós. Em Jesus Cristo todas as promessas de Deus se realizam e se tornam esperanças de vida nova para todos nós. É por tudo isso que a Bíblia não deve ser um livro que enfeita a estante, não deve ser o livro de cabeceira que faz passar as horas de insônia, e muito menos ainda um livro que se transforma em fonte de conflitos e divisões.
Penso que Santo Agostinho, ao dizer que Deus escreveu dois livros, a Bíblia e a Vida, nos ajuda a superar os preconceitos e recuperar o verdadeiro sentido da Sagrada Escritura. Ver, ler a vida do dia-a-dia, nosso dia, o da nossa família, da nossa comunidade, da sociedade e do mundo e captar aí os apelos de Deus para a justiça, para a fraternidade, para o amor. Nesse exercício diário vamos entrando no mundo da Bíblia. Afinal, o que ela conta? A história de uma aliança de amor entre Deus e seu povo. Aliança esta marcada pela fidelidade e pelas infidelidades do povo. Aos trancos e barrancos este povo vai aprendendo a perceber e a viver a vontade de Deus sempre presente e que se fez carne em Jesus Cristo e que continua atuando em nossa história.
Brendan Coleman Mc Donald é padre redentorista e assessor da CNBB Reg. NE.
Fonte: O Povo, de 30/8/2015. Espiritualidade. p.27.

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