terça-feira, 2 de agosto de 2016

AGOSTO, MÊS VOCACIONAL


Por Pe. Reginaldo Manzotti (*)
Vocação inclui a vida total, o propósito de servir. A vocação tem a dimensão da abertura ao próximo à solidariedade.
Antes de começarmos nossa reflexão sobre vocação, é necessário sabermos o que significa. A palavra vocação vem do latim vocare, que significa chamado. Todos nós somos chamados a algo, a dar um sentido para a vida. Muitos questionam: qual a diferença entre vocação e profissão?
Vocação inclui a vida total, contém o propósito de seguir e servir. A vocação possui a dimensão da abertura ao próximo à solidariedade. A dimensão que se dá na relação do homem na transformação do mundo.
Profissão é a carreira que a pessoa escolhe livremente para seguir e desenvolver, em uma ou mais atividades visando à remuneração ou ao ganho pessoal. A profissão pode ser mudada de acordo com o mercado de trabalho ou a vontade de cada indivíduo.
Nas Sagradas Escrituras, encontramos grandes exemplos de vocação. Abraão é um vocacionado de Deus. Ele escuta a voz de Deus, que chama: “Parte da tua terra, da tua família e da casa de teus pais para a terra que eu te mostrarei” (Gn 12, 1). E Abraão, aos 75 anos, se desinstala e vai para onde o Senhor o envia.
No Livro do Êxodo encontramos a vocação de Moisés. Deus chama Moisés (pelo nome) numa chama de fogo, do meio de uma sarça que ardia, mas não se consumia. E ele responde prontamente: “Eis-me aqui” (Ex 3, 1-15). E Moisés vence a gagueira, usando seu irmão como intérprete. Assume sua vocação e se torna o libertador do povo oprimido (Ex 3, 1-15; 4, 1-17; 6, 2-13: 6, 28-30; 7,1-7).
O primeiro Livro dos Reis narra a vocação de Elias, que deixa a corte para viver no meio do povo. Na sua vocação de profeta, Elias fala em nome de Deus, denuncia as injustiças, age na defesa dos pobres (1Rs 18.19).
Sobre a vocação de Jeremias, a narrativa é belíssima e, mais uma vez, mostra que o medo e as limitações humanas são inerentes à vocação. Jeremias, que ainda no seio materno foi constituído profeta para as nações (cf. Jr 1,5), de tanto medo, apela para o não saber falar, por ser apenas uma criança (cf. Jr 1,6) e depois vai dizer: “Seduziste, Senhor, e eu me deixei seduzir”, demonstrando como compreendeu o mistério da vocação em sua vida (cf. Jr 20,7).
Se a liberdade for vivida por nós de qualquer jeito, nós nos tornamos escravos de nossas paixões. Mas, quando temos domínio, quando nós nos temos nas mãos, por exemplo sabendo nossos limites, sabendo nossas fraquezas, sabendo onde está a fronteira da nossa não virtude, isso é maturidade. Isso, meus irmãos, vale para todos nós, padres, solteiros, casados, porque isso se trata da vida cristã. Trata-se da santificação de cada um de nós.
 (*) Fundador e presidente da Associação Evangelizar é Preciso e pároco reitor do Santuário Nossa Senhora de Guadalupe, em Curitiba (PR).
Fonte: O Povo, de 1/8/2016. Espiritualidade. p.19.

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