quinta-feira, 3 de novembro de 2016

TIPOS DE INFLAÇÃO


Por Luiz Gonzaga Fonseca Mota (*)
A literatura econômica brasileira, talvez em virtude da convivência da economia nacional com o problema, tem sido relativamente pródiga no que diz respeito a determinadas situações inflacionárias (custo, demanda, setorial, importada, reprimida, corretiva, etc.). Vale comentar, resumidamente, as chamadas inflação reprimida e corretiva. A primeira pode ser entendida quando fatores artificiais no mercado, como tabelamentos ou subsídios, força a fixação de preços abaixo daqueles que seriam praticados, considerando-se a interação da oferta e da procura. Fenômenos dessa natureza podem ser observados quando o Governo pretendeu, em última análise, ampliar seus benefícios à população, via redução de preços, mesmo ocorrendo o risco de favorecer o surgimento de efeitos colaterais negativos, tais como o desestímulo à produção, em consequência de um tabelamento inadequado, ou então a execução da atividade em níveis de baixa produtividade, decorrente de uma política inadequada de subsídios. Por sua vez, a inflação corretiva apareceu por ocasião da eliminação desses fatores artificiais, pois eliminando-os, os preços rapidamente se estabeleceram num nível superior ao vigente no mercado. Saliente-se que no Brasil a inflação reprimida aconteceu quando da aplicação dos discutíveis mecanismos (tabelamentos e subsídios) aos serviços de utilidade pública, com destaque para energia, transportes e comunicações. As tarifas ficaram abaixo dos níveis de mercado (inflação reprimida). Ao se eliminar os mencionados mecanismos, os preços subiram (inflação corretiva).
(*) Economista. Professor aposentado da UFC. Ex-governador do Ceará.

 

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