sexta-feira, 14 de abril de 2017

UM ANO DEDICADO A MARIA E À MARIOLOGIA

Por Vasco Arruda (*)
O teólogo marista Afonso Murad, no primeiro capítulo do livro “Maria, toda de Deus e tão humana: Compêndio de mariologia”, afirma: “Maria é uma figura importante no imaginário católico. Predomina o perfil da santa poderosa e bondosa, a mãe do céu, mas este não é o único. O estudo sobre Maria, que chamamos marialogia ou mariologia, visa ajudar os cristãos a descobrir outras dimensões da pessoa de Maria, especialmente a partir da Bíblia. Realiza uma reflexão teológica articulada com vários temas, como a Trindade, o culto cristão, a Igreja e a antropologia. Nesse espírito de humanidade e diálogo com o mundo faz-se uma marialagia que supere os equívocos do maximalismo e estimule o seguimento a Jesus, com Maria e inspirado nela” (p. 30).
Nessa semana o autor esteve em Fortaleza. Veio atendendo a convite formulado pela Arquidiocese. Nas palestras realizadas no Seminário da Prainha, em dois dias consecutivos, o teólogo abordou os temas: “Maria, peregrina na fé”; “Maria, a Mãe de Jesus – Um tema fascinante e polêmico”; e “Maria, toda de Deus e tão humana”. O evento deu início ao Ano Mariano, proclamado pela CNBB como celebração aos 300 anos do encontro da imagem de Nossa Senhora Aparecida.
"O estudo sobre Maria, que chamamos marialogia ou mariologia, visa ajudar os cristãos a descobrir outras dimensões da pessoa de Maria".
O fato motivador é bem conhecido. Em 1717, três pescadores da Vila de Guaratinguetá, Domingos Martins Garcia, João Alves e Felipe Pedroso, saíram para pescar no rio Paraíba do Sul. Ao entrarem no barco, não tinham, certamente, noção do importante episódio que estavam prestes a protagonizar. Durante a pescaria, a certa altura, João Alves, ao recolher a rede de pesca, percebeu que, em vez de peixe, “pescara” o corpo de uma imagem sem cabeça. Faz uma segunda tentativa e, desta feita, sobe a tona a cabeça da imagem. Estava iniciada a saga daquela que seria, anos depois, declarada padroeira do Brasil, Nossa Senhora da Conceição Aparecida, ou, como é mais comumente chamada, Nossa Senhora Aparecida.
Ao longo de três séculos, a figura de Nossa Senhora Aparecida consolidou-se e ganhou um lugar central no coração e no imaginário de uma grande quantidade de católicos em nosso país. Prova disso é o número estarrecedor de fiéis que acorrem anualmente ao seu santuário na cidade de Aparecida, no estado de São Paulo. O santuário abriga, também, em suas instalações, a Academia Marial de Aparecida (AMA), fundada em 1985 e dedicada exclusivamente ao estudo da mariologia. A AMA conta com uma vasta biblioteca aberta a estudiosos e pesquisadores.
Em virtude dos diversos eventos programados para este ano, 2017 desponta como uma ocasião especialmente propícia a quantos queiram se iniciar ou se aprofundar no estudo desse tema quase inesgotável, conforme a conclamação de Afonso Murad ao iniciar sua palestra quinta-feira com as seguintes palavras: “Este ano mariano está sendo dedicado para a gente conhecer mais a Mãe de Jesus”.
(*) Psicólogo.
Fonte: O Povo, de 11/2/2017. Opinião. p.13.

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