quarta-feira, 4 de outubro de 2017

A PRECE PELA PAZ ATRIBUÍDA A SÃO FRANCISCO: um enigma a resolver

La prière pour la paix attribuée à Saint François: une énigme à resoudre
 
Por Christian Renoux
Uma das orações mais queridas dos cristãos, católicos ou protestantes, é certamente a oração atribuída a São Francisco de Assis que começa pedindo: Senhor, fazei de mim um instrumento de vossa paz! Acontece que a pesquisa histórica, realizada exaustivamente pelo autor, Christian Renoux, não conseguiu fazê-la remontar além de 1912, ano em que ela, pela primeira vez, apareceu, anônima, numa obscura revista devocional francesa. Só depois, especialmente a partir de sua publicação no jornal da Santa Sé, L’Osservatore Romano, em 1916, começou sua rápida difusão, que, em pouco tempo, chegou a todo o mundo, traduzida em praticamente todas as línguas.
Christian Renoux é doutor em história moderna e conferencista da Universidade de Angers, na França, militando há muitos anos na promoção da não-violência. Ele é co-presidente do ramo francês do Movimento Internacional da Reconciliação, e co-redator dos Cahiers de la Réconciliation. Pondo em ação todos os recursos da pesquisa histórica, ele consegue mostrar como, pouco depois de sua publicação, em 1912, esta oração não tem cessado de seduzir, no mundo inteiro, homens e mulheres devotados à causa da paz. Ele prova, também, que São Francisco de Assis não é o seu autor, pelo simples fato de que não se encontra seu texto entre os escritos do Santo, nem mesmo em qualquer outro documento conhecido de quem quer que seja, até inícios do século XX.
No seu prefácio ao livro, Pe. Willibrord van Dijk, capuchinho, observa que esta oração tão breve, objetiva, não sentimental, impressionou também os budistas do Japão e os monges do Tibet e mereceu ser pronunciada solenemente por João Paulo II no dia 27.10.1986, na famosa jornada inter-religiosa de Assis.
Nela não se encontra diretamente nenhuma alusão evangélica ou bíblica e nenhum dos pedidos formulados é especificamente franciscano ou cristão. Seu conteúdo universalmente humano é que a faz despertar ressonâncias profundas em todo coração sincero, mesmo se a-religioso ou racionalista. Isto, porém, não contradiz – afirma Pe. Willibrord – a atribuição (gratuita) ao Santo de Assis. “Embora ele não a tenha escrito, nem em latim nem em úmbrio, a oração lhe foi atribuída porque se parece com ele” (p. 7).
Fonte: Disponível na internet (Google).

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