terça-feira, 13 de março de 2018

A MORTE E O PALHAÇO

Por Erasmo Miessa Ruiz (*)
Se a vida pode ser um espetáculo, por que não poderia ser então um espetáculo circense?
Às vezes temos que ser verdadeiros trapezistas sem rede de proteção ao fazermos escolhas.
Em outras oportunidades somos malabaristas equilibrando dezenas de pratos ao mesmo tempo vivendo a tensão de que tudo pode desabar a qualquer momento.
Muitos nos pedem que atuemos feito domadores de leões e só ficam felizes quando botamos a cabeça dentro da boca da fera.
Quanto e quantos coelhos já tivemos que tirar da cartola para buscar soluções para problemas aparentemente insolúveis?
Alguém já disse certa vez que a morte é uma piada de mau gosto inventada pela existência. Eu penso que na verdade a vida pode ser uma piada, principalmente porque a morte existe e nos desafia o tempo todo a termos um melhor humor para lidar com o dia a dia.
Sei que muitos querem nos fazer de palhaços. Mas sempre achei nobre a sua função de satirizar o absurdo e atrevidamente caricaturar o poder, tirando a roupa do rei revelando as reais intenções que se escondem por trás de mesuras e falsas preocupações.
A vida, tem que ter alguma graça. Quem sabe até ser uma boa palhaçada. Quero meu enterro com palhaços conduzindo o caixão e realizando todo o serviço fúnebre. Eu mesmo quero ir no caixão vestido de palhaço, este ser que talvez seja a mais sincera expressão da condição humana, um misto de dor e alegria que pode tornar cômico um final trágico.
Carpe Diem.
(*) Psicólogo. Professor da Universidade Estadual do Ceará. Diretor da Editora da Uece.
Fonte: https://www.facebook.com/carpediemmorte/

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